sobre
pedra que voa é uma investigação artística que pensa os fluxos e os modos de existência das pedras. Construída de modo cartográfico ao longo de 2022, através de um ciclo de imersões fotográficas, o processo teve como ponto de partida as pedras da cidade de São Vicente, no litoral de São Paulo. Desejando mobilizar de modo especulativo-ficcional as sensações experienciadas pelo artista Jean Pierre Pierote desde o seu encontro com as pedras desse território, pedra que voa é constituído por um atlas fotográfico hospedado em um site-experimento que também reúne os documentos e registros de pesquisa produzidos ao longo das imersões. Como viventes, as pedras co-habitadas também se entrelaçam no emaranhado que compõem a história/ecologia de um lugar, produzem sensibilidades, modos de perceber e de habitar. Diante da ideia equivocada de que a expansão contemporânea transformaria os modos de vida não-humanos em meros objetos passivos, as pedras na cidade de São Vicente não são apenas um alternativa para outras leituras do mundo, mas afirmam que o mundo das pedras, o mundo do outro, é de fato real.
Jean Pierre Pierote
1989, Chapada Diamantina, BA
Artista visual, antropólogo e pesquisador. Natural de Marcolino Moura, pequeno Distrito do Município de Rio de Contas, na Chapada Diamantina (BA). Desde 2019 vive e trabalha em São Vicente (SP), onde têm dado continuidade aos processos de pesquisa e experimentações artísticas interessados em construir uma perspectiva poética multiespécie, investigando as relações estabelecidas entre pedras e o meio. Neste engajamento, relaciona ocasiões estéticas fora da concepção de oposição entre natureza e cultura, instaurando processos que possam fortalecer planos de composição comuns onde o meio físico, social e político não se separam. A fotografia tem sido a linguagem mais explorada pelo artista. O Sertão brasileiro também emerge como um dos temas e dispositivos poéticos mais presente no seu trabalho. Por meio desse lugar discursivo, cria situações de diálogo com questões cosmopolíticas , onde expõe vísceras imagéticas das diferenças presentes em modos de existências que se contrapõem aos violentos processos civilizatórios e colonialistas brasileiros. Participou de diversas exposições, residências artísticas, festivais e salões no Brasil e no exterior. É doutor e mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
equipe
​
Idealização e concepção
Jean Pierre Pierote
Acompanhamento Curatorial
Tarcisio Almeida
Orientação artística
Colaboradora - Instituto Procomun
Marina Guzzo
​
Design e site
Isabella Alves